segunda-feira, 30 de outubro de 2023

ASDL-RJ no Jornal O Dia

 

Apoio e acolhimento

Márcia há 12 anos fundou o primeiro grupo no Rio para dar suporte ao luto: o Amigos Solidários na Dor do Luto, que surgiu da percepção de não ter nenhum grupo que fizesse reunião presencial na cidade. E, desde 2017, também coordena junto com o psicólogo Paulo Victor Torres, a campanha A Vida Não Para, que conta com reuniões quinzenais no Crematório e Cemitério da Penitência, no Caju, na Zona Portuária. A troca de sentimentos e experiências é o ponto principal da iniciativa, que tem como madrinha a atriz Cissa Guimarães e o treinador de futebol Abel Braga, ambos perderam os filhos precocemente e viveram a dor do luto.

Márcia explica que quem está enlutado precisa falar sobre o luto, colocar para fora e trocar experiências. As reuniões possuem temas que ajudam nas questões práticas das perdas, mas que priorizam a troca de experiências sem julgamentos e sem críticas, independente do tempo da perda se foi 1, 2 ou 5 anos. Lá é o espaço em que a pessoa enlutada pode voltar e chorar de novo, contar histórias repetidas e vão ser acolhidas. “O luto compartilhado é o luto amenizado", diz.

"O principal é respeitar a dor do outro. Na troca de experiência as pessoas vêem que não estão sozinhas, que outras também estão passando por dores como ela está passando. Não dá para mensurar, eu sempre falo no grupo "dor é dor, perda é perda, perdeu é muita dor e não importa se foi pai, mãe, marido, filho. Cada dor é única e cada um sabe a dor que sente, independente de quem foi, é dor", enfatizou a assistente social.

De acordo com a idealizadora do projeto, o luto não é uma doença, mas sim um processo. Para aqueles que passam por esse processo, a vida parece ficar parada até que o enlutado consiga se ressignificar e elaborar o luto, ou seja, o momento em que compreendeu que não é mais o mesmo e assume uma nova identidade. “Porque a pessoa que ela perdeu não estará mais presente, o que significa que a vida daquela que está de luto será diferente, pois essa pessoa não fará mais parte dela. Então, quando alguém começa a entender isso, consegue seguir em frente com sua vida”, pontua a coordenadora do grupo.

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