sábado, 3 de novembro de 2012







Enlutar-se pela morte de uma pessoa é um processo complexo e envolve muitas emoções. Enlutados, por vezes, sentem raiva de Deus e questionam seus valores religiosos de uma forma intensa. Por vezes, embora nem sempre, consolos religiosos podem ser percebidos como verdadeiras ofensas pela pessoa enlutada, que sente necessidade de lamentar, questionar e chorar. E tudo isso é normal e faz parte do pro
cesso de luto. Se você foi religioso a vida inteira e se vê, de um momento para o outro, questionando as razões ou a existência do que você chama de "Deus", "Energia Suprema", etc., assegure-se que isso faz parte de uma fase. Procure alguém que possa ouvi-lo, sem julgá-lo. E quanto aos religiosos? Como os religiosos podem ajudar uma pessoa enlutada, em linhas gerais?

"O papel do religioso que faz a visita é semelhante ao de qualquer outra pessoa amiga, que gosta do enlutado e quer ajudar. O religioso deveria estar preparado para mostrar sua aceitação do pesar e, em especial, das manifestações da raiva contra Deus e contra os seres humanos. Não ajudará nada se ele devolver essa raiva, se pretender abafar as emoções com dogmas, ou o sofrimento com tranquilizações exuberantes. Ao contrário, ele ajudará mais se ouvir e, caso seja solicitado, se colaborar com o enlutado [...]. O religioso que estiver “sintonizado” com os membros da sua paróquia poderá encontrar a oração certa ou a citação bíblica adequada, mas é muito tentador tentar esconder-se atrás dessas respostas “fáceis” e evitar envolver-se [...]." PARKES, C. M. Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. Summus Editorial: São Paulo, 1998.

Um comentário:

  1. Oi Marcia..
    Gostei muito desta mensagem sobre a FÉ e a Religião, temos ouvidos muitos relatos no grupo e sómente aqueles que tenham uma fé muito profunda aceitam e não questionam outros vão precisar de um tempo para trabalhar e aceitar muitos até ficam revoltados sem aceitação, neste momento de tanta dor o importante é não dizer nada dar um abraço e se precisar de mim
    estou aqui.
    Precisamos estar muito atentos em matéria de religião no momento da nossa fragilidade aceitamos coisas que mais tarde vamos ver que não é aquilo que pensavamos.
    Todo o cuidado é pouco...
    Com carinho com uma semana abênçoada..
    bjs

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