quarta-feira, 29 de agosto de 2012

                               Amigos  Solidários na Dor do Luto  Rio de Janeiro




A pessoa enlutada em condições traumáticas está fragilizada e precisa de acolhimento, paciência e atenção; geralmente está desorganizada, incoerente, assustada, paralisada. Levando em conta estas condições peculiares, alguns cuidados são primordiais, na atitude em relação a esta pessoa. O que norteia nossa prática é o cuidado para NÃO FAZER COM QUE A PESSOA PARE DE SOFRER RAPIDAMENTE, pois isto se
ria um mecanismo de tamponamento de sua reação, com graves conseqüências. Assim sendo, cuidamos para não evitar o assunto e não desviar a conversa do tema. [FRANCO MHP. Atendimento psicológico para emergências em aviação: a teoria revista na prática.]

Dois objetivos primordiais do nosso grupo é impedir que se instale um estado de luto crônico ou de inibição intensa das emoções. Para isso, contamos com um treinamento específico, que nos predispõe a NÃO agir de modo a querer que pessoa enlutada se sinta ótima a todo custo, o que seria concorrer no tamponamento das reações particulares do luto. O luto deve ser franqueado, autorizado, assim como o sofrimento decorrente desse processo. Não há como se reconciliar com a vida e com o luto se a pessoa enlutada evitar criar intimidade com sua dor particular, não autorizar a própria tristeza e, sobretudo, se ela se deixar levar pelas opiniões de terceiros de que " a vida deve ser tocada em frente" e "chorar não vai trazer a pessoa amada novamente". Tais frases, embora bem intencionadas, são inadequadas, justamente porque, se aceitas pelo enlutado, concorrem para o encurtamento do processo de luto, que pode não ser bem elaborado, predispondo o enlutado a uma série de problemas de ordens física e psicossocial. Em geral, os enlutados repelem tais opiniões, porque sentem a necessidade de chorar e lamentar a pessoa perdida. Essa necessidade de chorar e lamentar é normal e natural, e não deve ser inibida ou recalcada. As lágrimas, sim, podem ser de cura.

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